quinta-feira, julho 28, 2005

Elvis Presley


Mais um ano após o desaparecimento de Elvis Presley

Elvis Presley tinha 42 quando morreu, em 16 de Agosto de 1977, de doença cardíaca, em sua residência em Memphis. A casa chamasse Graceland, e ainda hoje atrai mais de 600 mil turistas por ano.

Graceland é o ponto principal de uma sequência anual de festas, encontros de fãs e cerimónias memoriais centradas no aniversário da morte do Rei. Os administradores do espólio de Elvis prevêem que durante esta semana Graceland receba até 4.000 visitantes por dia e que ainda mais pessoas façam compras em seu complexo de museus e lojas de suvenires.

Este ano não será diferente e entre as varias iniciativas que se realizam na Elvis Week em Graceland estará patente ao publico uma exposição internacional de pintura de tributo a Elvis Presley, esta será a 26º exposição, contudo desde à quatro anos que Portugal está presente com obras dos artistas plásticos e fãs de Elvis Presley Mestre H. Mourato e Henrique Tigo.

O ponto mais alto da semana será uma procissão à luz de velas que vai passar pelo túmulo de Elvis, situado num jardim da meditação ao lado de Graceland. Começando na noite do dia 15 e se estendendo até o dia seguinte, a procissão costuma atrair entre 15 mil e 20 mil fãs.

Agora ficam alguma curiosidades sobre Elvis Presley sabia que:

Elvis teve um irmão gémeo que morreu a nascença.
Elvis era extremamente tímido.
Que Elvis teve dois aviões, um de grande porte (Convair 880) e outro de menor porte (Jet Star), os aviões foram nomeados de "Lisa Marie", nome de sua filha e "Hound Dog II", respectivamente.
Que os seus restos mortais foram vitima de uma tentativa de roubo logo depois de sua morte, mas o FBI descobriu e impediu, sendo assim a família pediu para que seu corpo fosse enterrado em Graceland no Jardim da Meditação junto com sua mãe e logo depois iria acontecer com seu pai em
Que a 5 de Abril de 1936 a cidade de Tupelo foi devastada por um furacão, toda a cidade foi destruída e como por um milagre a casa de Elvis não foi ao chão.
Que o Rei do Rock ‘n’ Roll foi considerado a pessoa mais fotografada da história.
Finalmente saiba que Elvis odiava a alcunha de Rei do Rock ’n’ Roll.

quinta-feira, julho 14, 2005

Homenagem ao Mestre Agostinho da Silva


É com muito orgulho que escrevo esta homenagem ao Mestre Agostinho da Silva.

Tinha apenas 10 anos quando tive o privilégio de conviver e aprender com este Grande Senhor através do Clube de História da Escola Preparatória Fernão Lopes, sob a coordenação da Professora Margarida Santos Carvalho, a quem devo, aliás, muita da minha própria formação e paixão pela História.
Eu, André, Eduarda, Ana, Joana, Telmo, Mestre Agostinho da Silva e Marta na Escola Preparatória Fernão Lopes, em 1989

Mas, voltando ao Professor Agostinho da Silva:
No final do mês de Fevereiro de 1989, visitou a nossa Escola Preparatória para um colóquio sobre Direitos Humanos, o qual rapidamente se transformou num debate interminável onde nós, ainda crianças, ficámos cativadas pelo discurso, histórias e viagens daquele homem, pequeno na figura, mas gigante do intelecto. Após este evento ele ofereceu-se para ajudar pois, como disse: "Eu moro ali mesmo ao lado."

Passados uns dias apareceu na Escola carregado de livros para nos oferecer e, rapidamente, na prateleira da pequena biblioteca passou a existir um nome: "Os Livros do Professor Agostinho da Silva". Sei que ficou muito sensibilizado com aquela pequena homenagem e sempre que nos visitava, e eram muitas vezes, trazia sempre consigo mais livros escolhidos para quem tinha de 10 a 12 anos.

Outras vezes íamos nós a casa dele, na Rua Abarracamento de Peniche, conversar, aprender ou sonhar com aquele nosso novo Mestre, grande contador de histórias, as quais ainda hoje estão gravadas na minha memória e, claro, de lá trazíamos mais livros.
Hoje, passados quase 20 anos sobre esse primeiro encontro com o Mestre, já sou adulto, Artista-Plástico, além de formado em Geografia e, às vezes, penso nos dois anos passados naquela Escola com tal pedagogo e com o Clube de História.

Partilhei momentos deveras importantes para a minha formação, pois conversarmos com aquele "Monstro Sagrado" da cultura e do livre pensamento transformou-me e moldou-me. Hoje não tenho qualquer contacto com aquele grupo de "crianças", as "Crianças do Mestre", como carinhosamente a Professora Margarida nos alcunhou, pois crescemos, separámo-nos, fomos viver para locais diferentes, formámo-nos em áreas diversas. Infelizmente, alguns já partiram, mas tenho a certeza de que ficou em todos nós algo deste Mestre e do seu pensamento.

Um dia a Escola Preparatória acabou e eu passei para o secundário.
Contudo, como morava no Bairro Alto e costumava ir muito frequentemente ao Jardim Príncipe Real, ali encontrava anonimamente o Mestre, sempre disposto a falar com todos os seres humanos.
Talvez tenha sido pelos seus ensinamentos, por acaso, ou por termos um pouco de filósofos dentro de nós. As minhas cadeiras preferidas sempre foram a Filosofia e a História, as mesmas que me levaram a conhecer o Professor Agostinho da Silva naquele Clube de História.

Em 2002 fiz uma exposição de pintura comemorativa dos meus "10 anos de Carreira" como pintor, a qual se realizou na Sociedade da Língua Portuguesa, sob a epígrafe de "Evocando Vultos da Cultura Portuguesa". Como não poderia deixar de ser, lá estava um retrato do Professor Agostinho da Silva que, curiosamente, foi o primeiro a ser vendido para a colecção de outro grande amigo e escritor, Joaquim Evónio.

Quando estava a pensar sobre o que escrever, visitei mais uma vez o “site” da Associação Agostinho da Silva e lá encontrei o seguinte texto, que transcrevo:

* "Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles forem meus, não seus. Se o criador o tivesse querido juntar a mim não teríamos talvez dois corpos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem."

* (Agostinho da Silva, in "Cartas a um jovem filósofo")

Henrique Tigo

quarta-feira, julho 13, 2005

Plano de Ordenamento do Território e Conservação da Natureza

Plano de Ordenamento do Território e Conservação da Natureza


Segundo a "Carta Europeia do Ordenamento do Território", o ordenamento do território é uma técnica administrativa e ainda uma política que se desenvolve duma forma interdisciplinar integrada, inclinada ao desenvolvimento equilibrado das regiões e à organização física do espaço segundo uma estratégia de conjunto.

O ordenamento assume, pois, função cada vez mais importante no processo global do ordenamento do território e, assim, é da capacidade física dos locais, das suas condicionantes e aptidões que depende grande parte das possibilidades de condução do processo de desenvolvimento sustentável.

Através do processo de ordenamento do território, temos a experiência e capacidade para assumir a coordenação e elaboração de análises e propostas de ordenamento biofísico e paisagístico para os Instrumentos de Gestão Territorial, nomeadamente para Planos Especiais, Sectoriais e Municipais.

Em vários Planos de Ordenamento efectua-se ainda a delimitação da Reserva Ecológica Nacional, pelo que também nessa área de trabalho se dispõe de capacidade técnica.

Temos de dar atenção redobrada a todos os processos de ordenamento do território e ainda ao quadro legal de política de ordenamento e de ambiente, para que os Planos elaborados sejam compatíveis com os princípios e normas aí definidos, facilitando a gestão e coordenação de objectivos territoriais.

Não podemos, contudo, falar do Plano de Ordenamento do Território sem falar de políticas integradas para o ambiente e o ordenamento do território, propondo-se, entre outras, uma política para o litoral, num quadro de gestão integrada das zonas costeiras, que visa prosseguir os seguintes objectivos:

A adopção de medidas de requalificação do litoral, com prioridade para as intervenções que visem a remoção dos factores que atentam contra a segurança de pessoas e bens ou contra valores ambientais essenciais em risco; A incentivação da requalificação ambiental das lagoas costeiras e de outras áreas degradadas e a regeneração de praias e sistemas dunares; O estabelecimento de um sistema permanente de monitorização das zonas costeiras, que permita identificar e caracterizar as alterações nelas verificadas; A promoção de uma nova dinâmica de gestão integrada, ordenamento, requalificação e valorização das zonas costeiras; A promoção de uma reforma dos regimes jurídicos aplicáveis ao litoral.

A visão estratégica da implementação da política do litoral implica dois níveis de intervenção.
O primeiro nível corresponde a uma tarefa de fundo que integra as acções associadas à definição de uma política para o litoral:

A elaboração de uma estratégia para a requalificação, ordenamento e gestão do litoral, que enquadre as directrizes da União Europeia relativas à gestão integrada das zonas costeiras e conduza a um programa de desenvolvimento integrado das faixas costeiras, de carácter intersectorial, em estreita articulação com a política das cidades, do turismo, da conservação da natureza, da agricultura, da floresta e dos espaços rústicos em geral;

A definição das necessárias alterações legislativas: a elaboração da lei de bases do litoral, o planeamento da orla costeira no âmbito da revisão dos instrumentos de gestão territorial, a reavaliação do conceito de faixa costeira, a redefinição das áreas de jurisdição das diferentes entidades públicas com competências na gestão da orla costeira, por exemplo das autoridades marítimo-portuárias, o que inclui, também, um novo modelo de gestão do domínio público marítimo. O segundo nível de intervenção corresponde à gestão do litoral, com especial destaque para a execução das medidas e acções previstas nos planos de ordenamento da orla costeira.

Com efeito, acha-se praticamente concluído o processo de elaboração dos planos de ordenamento da orla costeira para todo o litoral português. Neste momento, encontram-se em vigor sete desses instrumentos de planeamento - plano de ordenamento da orla costeira Caminha-Espinho, plano de ordenamento da orla costeira Ovar-Marinha Grande, plano de ordenamento da orla costeira Alcobaça-Mafra, plano de ordenamento da orla costeira Cidadela-São Julião da Barra, plano de ordenamento da orla costeira Sado-Sines, plano de ordenamento da orla costeira Sines-Burgau e plano de ordenamento da orla costeira Burgau-Vilamoura -, a que em breve acrescerão os planos de ordenamento da orla costeira Sintra-Sado e Vilamoura-Vila Real de Santo António, encerrando-se, assim, o ciclo do planeamento do litoral português.

São apontadas fundamentalmente quatro causas para o problema da erosão que podem intervir, isolada ou conjuntamente, e com importância relativa diversa: a elevação do nível do mar, a diminuição da quantidade de sedimentos fornecidos ao litoral, a degradação antropogénica das estruturas de protecção naturais e a realização de obras de engenharia costeira.

A diminuição de sedimentos fornecidos ao litoral é o resultado de intervenções nos recursos hídricos, quer no interior quer no litoral, designadamente aproveitamentos hidroeléctricos e hidroagrícolas, obras de regularização de cursos de água, explorações de inertes nos rios, estuários, dunas e praias, dragagens, obras portuárias e de protecção costeira. Este fenómeno, em conjugação com uma disfuncional e descoordenada ocupação urbanística da orla costeira e com a inerente destruição das defesas naturais do litoral, assume dimensões muito significativas e dá causa a situações preocupantes de construções em situação de risco. Nalguns troços de costa, a planície encontra-se praticamente desprotegida, sendo previsíveis galgamentos oceânicos de efeitos muito significativos se nada for feito para os travar.

Ora, é neste contexto que se justifica a adopção de um conjunto integrado de medidas que possibilite concretizar as propostas apresentadas nos mencionados planos especiais de ordenamento do território, de forma a minorar as consequências negativas e as situações de risco do fenómeno erosivo.

Acontece que estas medidas então directamente relacionadas com a CONSERVAÇÃO DA NATUREZA.

Com reconhecimento da beleza, do interesse científico e valor económico do mundo natural que tem vindo a exigir aos decisores a necessidade de conservar ou recuperar habitats e espécies de particular interesse, bem como legar, para as gerações futuras, ecossistemas ricos e diversificados.

Contudo, e devido à situação económica actual, esta tarefa é por vezes muito difícil de implementar na prática, exigindo o trabalho de técnicos capazes de compreender os valores dos ecossistemas e espécies a conservar, bem como do enquadramento social e económico desse processo, de forma a propor estratégias e acções participadas, exequíveis e monitorizáveis.

Tem pois de existir uma capacidade e empenho para processos que visem:

A gestão de áreas onde tenham de ser tomadas medidas para a conservação e utilização sustentável da diversidade biológica; A inventariação de recursos para a conservação dos ecossistemas, habitats e populações viáveis de espécies animais e vegetais; Analisar e propor normas de desenvolvimento sustentável em zonas adjacentes a áreas importantes para a conservação, reabilitação e restauração de ecossistemas degradados e promover a recuperação de espécies ameaçadas, mediante o desenvolvimento e a implementação de planos e instrumentos de gestão; Divulgar o património natural de acordo com as suas características, épocas apropriadas e capacidades de carga recreativas.

Para existir uma verdadeira conservação ambiental tem de haver estudos de impacto ambiental.
O Direito de Ambiente, sendo um Direito Comunitário, implica a sua adopção e transposição para o Direito Português; um dos casos mais importantes desse procedimento tem expressão nos Estudos de Impacte Ambiental (EIA).
Estes têm de ser elaborados para determinados empreendimentos a fim de se proceder à sua prévia avaliação ambiental e decisão do seu licenciamento, particularmente para projectos com importante relação com o uso do território e dos seus recursos, tais como:

Empreendimentos turísticos e urbanos; campos de golfe; áreas de recreio; vias de comunicação; pedreiras; investimentos agrícolas e florestais; planos de água.

A uma escala global, a não conservação da natureza pode mesmo ameaçar a segurança nacional. Existem diversos conflitos internacionais sobre a água, os solos e outros recursos naturais. Tais conflitos ambientais levam, muitas vezes, a migrações maciças de pessoas.

A atitude confiante da humanidade durante os anos 50 e 60, que afirmava que o Homem encontraria uma solução para todos os seus problemas, foi ultrapassada por uma nova humildade, que surgiu pelo reconhecimento de que a destruição do equilíbrio entre o Homem e a Natureza pode pôr em causa a sua própria sobrevivência.

A Conservação da natureza é indissociável do progresso e evolução da humanidade. É necessário reconhecer que as nossas acções devem ser conscientes do seu verdadeiro efeito na Natureza. Só assim se podem salvaguardar os frágeis sistemas de apoio à vida do nosso Planeta.

Conservar o que resta de ambientes naturais levou à adopção de medidas legislativas que passam pela defesa de animais e plantas em estado selvagem e/ou em vias de extinção, bem como pela definição de áreas de protecção especial que, de acordo com o seu grau de protecção, podem ser classificadas como áreas de paisagem protegida, parques naturais, reservas naturais, monumentos naturais e sítios de interesse ecológico, entre outros.

A conservação da natureza é pois uma necessidade, não um luxo. Nos anos mais recentes, o desaparecimento de espécies e de áreas naturais, consequência da actividade humana, tem ocorrido a uma velocidade sem precedentes. Não mencionando os problemas éticos, frequente e justificadamente referidos, a extinção adicional de mais uma espécie representa uma perda irreversível de códigos genéticos únicos, que estão muitas vezes ligados ao desenvolvimento de medicamentos, à produção de alimentos e a diversas actividades económicas.

Termino citando a Dr.ª Maria Carlos Reis:

(…) Preservar não é simplesmente um ideal romântico de almas bem intencionadas, é uma necessidade premente. Conheça algumas das razões que fazem com que o futuro da Humanidade dependa disso. (…)


Henrique Tigo

Sites visitados:
http://www.dgotdu.pt/DGOTDU/main.asp?IdTemas=2&IdSubTemas=6&idconteudos=718
http://www.amigosdomindelo.pt/agenda21/ot.htm
http://www.diramb.gov.pt/data/basedoc/TXT_LN_22636_2_0001.htm
http://www.icn.pt/http://www.confagri.pt/Ambiente/AreasTematicas/ConsNatureza/TextoSintese/